segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pequenas histórias.


Bom dia!


Joana
Mãe e esposa dedicada.
Católica praticante.
Chorou ao saber que seu filho é gay.

Paulo
Empresário, 40 anos.
Acredita que a economia sustentável é a solução pro mundo.
Trai sua esposa com a secretária.

Rafael
Trabalha com telemarketing.
Nas horas vagas se diverte com seu principal hobby: grafite.
Brigou sexta passada e tomou uma facada.

Melissa
Para muitos, uma futura advogada.
Gosta de comer doces, principalmente chocolate.
Sofria bullying por usar óculos na infância.

Heitor e Gustavo
Gêmeos, 3 anos de idade.
Tratados com igualdade pela mãe e pelos parentes.
Heitor mija na fralda, Gustavo prefere se cagar.

Lúcio
Acorda às 5 horas da manhã para trabalhar na obra.
De noite, gosta de tomar uma branquinha com os colegas.
Bate na mulher e nos filhos.

Vitor
Tem uma esposa linda e um filho pequeno.
Dono de um barzinho na Zona Sul do Rio.
Cheira cocaína quando os dois dormem.

Amanda
Modelo de pequenas agências.
Faz aulas de italiano e espanhol.
Sofre de bulimia.

Henrique
Joga na base de um time grande de São Paulo.
Sorridente, tem sonhos como todo garoto.
Reprovou em física na escola.

Douglas
Engraxate do centro de Belo Horizonte.
Sonha em namorar uma loira de olhos claros.
Perdeu os pais em um acidente aos 12 anos.

Karla
Recepcionista de um hotel 5 estrelas.
Para seduzir o namorado, faz strip-tease.
Teve divulgado na internet um vídeo seu, totalmente nua.

Diego
Caçula de 4 irmãos.
Mimado, sempre teve tudo dos pais.
Levou um tiro na cabeça acidentalmente.

Julio
Ex-soldado do Exército Brasileiro.
Sonhava em se tornar herói.
Perdeu seus irmãos em um deslizamento.

Bruna
Estudante de medicina.
Gostava de escrever poesias.
Morreu na queda de um avião.

Denise
Filha de imigrantes portugueses.
A pessoa que mais admirava era a avó.
Viciada em crack.

Thomas
Motorista de uma transportadora.
Ouve sertanejo quase todo dia.
Tem AIDS.

Vivian
Trabalha como guia turístico no Nordeste.
Amante de Fernando Pessoa.
Estuprada pelo padrasto aos 6 anos.

Lílian
Faz faxina em 5 casas diferentes por semana.
Seu sonho é conhecer Mick Jagger.
Pesa mais de 110 kilos.

Carlos
Balconista de farmácia.
Disputa rachas com seu Passat.
Teve o pai seqüestrado semana passada.

Helder
Estudante de jornalismo e estagiário.
Achava que podia mudar o mundo que tanto lhe fazia mal.
Desistiu da idéia e suicidou.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O céu continua azul em São Paulo...

Boa noite.

Corajosos somos nós, habitantes de São Paulo!

Habitantes que vivem no meio de calçadas imundas, esburacadas, com restos de alimentos, copos plásticos, bitucas de cigarro, papéis, latas de cerveja e refrigerante, garrafas, caixas de remédios, folhas secas e tudo mais que se possa imaginar.

Habitantes que vivem em volta de rios extremamente poluídos, fedidos, feios e cercados por mares de asfalto, pontes e barracos. Que nos deprime, nos enoja, nos deixa com vergonha de ter que conviver com algo tão perturbador.

Habitantes que vivem cercados por propagandas, murais, chamadas e placas, todas cheias de cores, nomes e significados. Nos confunde, nos perturba, nos deixa com a cabeça perdida e alienada.

Habitantes que vivem cercados por barulhos, sejam eles de carros, ônibus, caminhões, aviões, celulares, buzinas, música alta, latidos de cachorros, etc. Barulhos que ensurdecem, que dão dor de cabeça, que acabam com nosso sono e nos estressam.

Habitantes que vivem no meio de um ar poluído, abafado, cheio de odores desagradáveis causados pelo cigarro, esgoto, fumaça dos veículos, etc. É monóxido de carbono, é óxido de enxofre, é metano e mais um monte de gases por aí.

Habitantes que sentem medo da chuva. Chuva que é ácida, que causa estragos, que destrói casas, que mata pessoas, que solta raios, que derruba árvores, que faz a cidade parar e ficar passiva diante da força da natureza.

Habitantes que vivem em meio ao cinza, com prédios, casas, calçadas, asfalto, muros, bancas de jornal, pontes, construções, elevadores e aeroportos. Um tom monocromático, sem vida, sem expressão, sem absolutamente nada.

Habitantes que vivem em locais apertados, passando calor, desconforto, como se fosse um monte de lixo, presos dentro de caixas de metais com rodas, ao ar livre ou dentro de um túnel escuroque nos leva de um lugar ao outro, muitas vezes sem destino.

Habitantes que vivem no meio de luzes exageradas, que piscam, que nos cegam, que tem diversas cores, tons e intensidades. Luzes que nos tira da realidade, que nos acorda e nos dão sono, que nos faz perder o rumo e que tentam disfarçar a noite. Noite essa que por diversas vezes, nos deixa sem estrelas.

Habitantes que vivem com medo de outros habitantes, seres estranhos, impuros, malignos, diferentes e assustadores. Quantas roupas, quantos sotaques, quantos cabelos, quantos estilos e quantas raças. Seres que roubam, que matam, que vivem nas ruas, que usam drogas, que falam mal e que agridem.

Habitantes que deitam em suas camas e se lembram que amanhã terão outro longo dia pela frente, com todas as dificuldades citadas acima. Têm pesadelos, têm insônia, têm angústia, têm carência e que, muitas vezes, desejam que o sono seja eterno.

E mesmo com tudo isso, com todo esse sofrimento, com todo esse caos que ronda o nosso cotidiano, é fantástico acordar em um sábado, abrir a janela do quarto, ouvir o canto de alguns pássaros e notar que no fundo, o céu continua azul em São Paulo.

Pois é amigos, em meio a toda essa calamidade, existe algo bom e bonito para nos renovar a energia, para nos dar força, para nos fazer parar e pensar que vivemos por um propósito, seja lá qual ele for.

Lembrem-se: o céu continua azul em São Paulo.

Um grande abraço.

Frase do dia.

"Não há nada como um bebê recém-nascido para renovar seu espírito - e para reforçar sua decisão de tornar o mundo um lugar melhor." (Virginia Kelley)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Parabéns a todos!

Boa noite!

É...23 anos...não é fácil. A vida corre de uma maneira tão rápida, que quando menos esperamos, já se está em praticamente ¼ dela. Às vezes me lembro daquele molequinho inocente de 12 anos que gostaria de ter 18, e hoje do moleque nada inocente de 23 que gostaria de ter 12 novamente. Faz parte da vida nunca estarmos satisfeitos com nada, e acho que assim continuará por muito tempo.

Recebi muitos parabéns e felicitações hoje. Fico realmente alegre por ter sido lembrado por tantas pessoas. Mas fiquei pensando no porque disso. Será que foi tudo por minha causa? Será mesmo que eu mereço tudo isso? Após pensar um pouco, percebi que quem realmente merece os parabéns não sou eu, e sim vocês.

Claro que são as pessoas que passaram por toda a minha vida que merecem os parabéns, e explico o motivo. Cada um de vocês faz parte desses 23 anos de histórias vividas, momentos marcantes, farras inesquecíveis e tristezas. E cada um de vocês contribuiu, e muito, para eu ser o que sou hoje.

Seria injusto demais eu classificar pessoa por pessoa. É bem capaz de eu esquecer alguém, mas quero deixar os parabéns aos meus familiares, amigos, namoradas, professores, colegas de trabalho, colegas de porre, músicas, charutos, cervejas, camisinhas, e tudo mais.

Existem amigos que me acompanham de longa data, outras pessoas que não conheço faz muito tempo, mas já fazem parte do meu dia-a-dia. Não importa se são pessoas que eu vejo diariamente ou que infelizmente só consigo ter contato via internet. Todos vocês, sem exceção, tem um lugar guardado no meu coração. Eu quero, de verdade, agradecer as pessoas que fazem parte da minha vida e as que não fazem mais por um motivo qualquer. Tenho plena certeza que aprendi valores e cresci muito por conta de todos vocês.

Se eu sou um cara alegre, é porque VOCÊS me fazem me sentir alegre. Se eu sou um cara carinhoso, é porque VOCÊS me fazem sentir vontade de dar carinho. Se eu sou um cara generoso, é porque VOCÊS me fazem ter o prazer em ajudar. Lógico que vivo em minha função, mas o que seria da minha vida sem VOCÊS, pessoas maravilhosas que rondam meu cotidiano? Com certeza, nem metade do homem que sou hoje.

Não sei se daqui a 10 anos estarei falando com todos. Pessoas entram e saem das nossas vidas de uma maneira dinâmica e surpreendente. Porém, quero deixar bem claro que as experiências que passo com cada um de vocês são eternas, sejam elas tristes ou alegres. Não interessa. Todos temos defeitos e somos passíveis de magoar o outro. Aliás, digo que os defeitos são sempre visíveis, mas quando as qualidades superam os mesmos, é que a pessoa está no caminho certo, e eu me sinto assim, pois VOCÊS me fazem sentir isso. Claro que há muito a melhorar, sempre há, e sei que perto de todos os que eu AMO, só tenho a crescer e ser uma pessoa cada vez mais completa. Jamais guardo rancor, pois por mais que eu tenha chorado por alguém, sempre valeu a pena, porque saí fortalecido da situação. Não vale a pena amargar a vida por pouca coisa.

Acho que não tenho mais o que falar. Basicamente, é tudo clichê. Sobra-me apenas a vontade imensa de agradecer a todos por me tornar o que eu sou hoje. Seja ele cativante, seja ele especial, seja ele querido, seja ele chato, seja ele grosso, seja ele reclamão, seja ele o que quiser. O importante pra mim, é que vocês, pessoas que eu gosto tanto, possam ter sentido um pouco de que essa data não é apenas especial pra mim, mas para todos. NADA, absolutamente nada consegue ser um presente melhor do que as pessoas que são especiais para mim sorrindo e se divertindo. Esse não foi apenas meu dia, foi o dia de TODOS VOCÊS.

Resta-me apenas dizer uma coisa: PARABÉNS! E obrigado por tudo, de coração.


Não colocarei frase hoje, mas deixo aqui meu completo sentimento de carinho por todos.